sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Muitos trotes para 0 190 . E até partos por telefone

Muitos trotes para 0 190 . E até partos por telefone


A soldado Rosane Alves de Lima, de 39 anos, não vai se esquecer do dia em que "fez" um parto por telefone. Foi no começo do ano passado e ela era uma dos cerca de 100 policiais escalados para o turno do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), no Bom Retiro - metade no atendimento do 190, metade no despacho das viaturas. "Um homem ligou desesperado porque sua mulher estava entrando em trabalho de parto e não tinha como chegar até o hospital", conta. "Fui dando as orientações. Fiquei muito emocionada quando ouvi o choro do bebê."

Apesar de essa não ser a função principal do serviço 190, criado em 1981 com o objetivo de receber solicitações das pessoas e enviar policiais para atender às ocorrências, histórias de ajuda por telefone são relativamente comuns. Desde uma informação simples ("Quando acaba o horário de verão?", "Qual o telefone da delegacia mais perto de minha casa?", etc.) até partos e salvamentos. "Há uns três meses tive de orientar os familiares a realizar os primeiros socorros em um adolescente que sofria de convulsão", diz a soldado Elizabeth Victoria Kalinauskas, de 39 anos.

Por dia, o 190 paulistano recebe 35 mil ligações. Apenas 13% geram ocorrências - ou seja, disparam para o local uma das cerca de 1,8 mil viaturas que circulam simultaneamente na capital. Ligações não concluídas representam 31% e pedidos de informações e orientações são 30%. Cerca de 5% são direcionadas aos bombeiros - atualmente, os sistemas são interligados e o telefonema é transferido como se fosse um ramal. E, infelizmente, 21% são trote. Você leu certo. São mais de 7 mil trotes por dia, cerca de 300 por hora. "De acordo com o Código Penal, é crime", afirma o chefe do Setor de Atendimento 190, tenente Cleodato Moisés do Nascimento. "Mas se formos atrás de todos os casos, a polícia vai parar só para fazer isso. Então pegamos apenas os mais abusivos."


Quando alguém liga para o 190, é atendido por um soldado ou cabo - patentes menos graduadas na hierarquia da PM. Cada atendimento leva, em média, até três minutos. Um superior - geralmente um sargento - pode intervir em casos que demorem mais tempo.


O policial atendente cria um documento eletrônico que é encaminhado, on-line, para a sala ao lado, onde fica o setor de despacho. Ali, cada canto representa uma região da cidade - e cuida das viaturas em ação naquela área. Assim os deslocamentos das viaturas são organizados da maneira mais eficiente. "Os policiais que trabalham neste setor são verdadeiros psicólogos", acredita o tenente. "Eles salvam vidas por telefone e não têm noção disso."

Por Edison Veiga


Emidio Campos
Gestor de Segurança
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Emidio Campos
Gerente de Planejamento
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