
Ampliação de porto e investimentos da Petrobras aceleram verticalização de Santos
Cidade dos "edifícios tortos" vira paraíso dos arranha-céus no litoral paulista
Cidade de Santos tem hoje cerca de 50 prédios com dez andares ou mais em construção
Investimentos da Petrobras e a ampliação do porto transformaram Santos, a cidade dos “prédios tortos”, em um paraíso dos arranha-céus. O município litorâneo, situado a 72 km de São Paulo, tem hoje cerca de 50 prédios com dez andares ou mais em construção. Outros tantos projetos - mais de 20 - aguardam aprovação.
A maior parte dos novos prédios da cidade é residencial. Alguns custam até R$ 1 milhão. Além de atender parte dos 6.000 novos empregados que a Petrobras deverá ter na cidade nos próximos dez anos, por causa de investimentos em gás, os prédios devem também ser ocupados por moradores da Baixada Santista que buscam mais conforto.
Os espigões de concreto começaram a ser construídos em Santos na década de 50 do século passado. A partir de 1998, com a aprovação de uma nova versão do Plano Diretor (projeto que define como a cidade deve ser organizada), eles cresceram ainda mais. Até este ano, a lei permitia levantar apenas prédios de até 13 andares na cidade. A determinação foi tomada após várias construções da orla de Santos terem "entortado". O problema ocorreu porque a base de sustentação delas não era profunda o suficiente. Com a chegada de novas tecnologias que passaram a usar estacas mais profundas, a lei liberou a altura dos prédios.
Confira também
Novos prédios de Santos não ficarão tortos, diz prefeitura
Prefeitura de Santos investiga se prédios tortos podem cair
Especialistas mostram preocupação com novos prédios erguidos em Santos
Ricardo Beschizza, diretor do Sinduscon (sindicato das empresas de construção) de Santos, comemora a “explosão” do mercado imobiliário e afirma que o crescimento foi provocado por uma soma fatores: facilidade de se conseguir dinheiro para empréstimo, juros menores, aumento da renda da população e investimentos na cidade:
- Estamos otimistas. Esses prédios geram empregos à região, tributos e renda.
Por outro lado, urbanistas veem com preocupação a explosão imobiliária. A diretora técnica da Agem (Agência Metropolitana da Baixada Santista), Débora Blanco Bastos, afirma que o crescimento não pode ignorar o meio ambiente.
- O grande desafio é entender até onde vai a importância do desenvolvimento econômico, tendo em vista a questão ambiental e social.
Enquanto isso, a Prefeitura de Santos investiga a segurança dos prédios ainda tortos na região. O secretário de Obras da cidade, Antônio Carlos Gonçalves, conta que, desde 2004, um projeto tenta descobrir quantos edifícios estão inclinados, quanto é a inclinação e se algum deles corre o risco de cair.
Emidio Campos
Gestor de Segurança
http://segurancadecondominio.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário