GARRA (SP) monta falso comício e prende dez traficantes em favela paulista
O falso comício criado por policiais civis do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) da Polícia Civil de SP para prender traficantes da favela Heliópolis, na zona Sul de São Paulo, resultou na prisão de dez pessoas. Também foram apreendidos 60 porções de crack, 1 kg de maconha, duas armas e dois rádios comunicadores. Bandeiras, camisetas e “santinhos” de um candidato fictício Cosme da Vila foram usados.
Leia mais em informações
O objetivo era se aproximar do ponto de drogas sem chamar a atenção dos olheiros e traficantes da comunidade. Para fazer a operação, a Polícia Civil ficou de campana no local por alguns dias e gravou imagens da movimentação da boca. Alguns dos detidos foram idenficados nas gravações. Recorrer a agentes infiltrados para reunir provas e prender criminosos é um expediente conhecido das polícias do mundo todo. Mas a Polícia Civil de São Paulo, desta vez, inovou: inventou um candidato a deputado estadual com nome e partido inexistentes e o sugestivo número 70.171 para desbaratar uma quadrilha de traficantes na zona sul da capital, na favela de Heliópolis. Cosme da Vila, nome inventado para o postulante ao legislativo do estado, circulou livremente pela comunidade por dois meses, levando a tiracolo cabos eleitorais, supostos políticos que o apoiariam e até um espalhafatoso carro de som, que servia para esconder câmeras que registravam a ação da quadrilha – entre elas cargas de maconha, crack e cocaína. A ação do falso político teve fim na tarde de sexta-feira, quando Cosme assumiu sua identidade verdadeira – a de agente policial – e os policiais do Grupamento Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) deflagrou a operação que resultou na prisão de 25 acusados de integrar a quadrilha de traficantes de Heliópólis. A proximidade entre políticos ‘barra pesada’ e criminosos em comunidades carentes passou a ser, nas últimas eleições, uma preocupação da Justiça Eleitoral, que combate a formação de currais eleitorais explorados por traficantes ou grupos de milicianos – como já ocorreu no Rio de Janeiro. Desta vez, no entanto, a intimidade com os bandidos pode ter ajudado a polícia a botar a mão em um peixe grande. Os agentes capturaram um dos homens apontados como chefão do tráfico na região. Insuspeito, Cosme chegou a receber apoio de líderes locais, conquistou a confiança dos bandidos que se julgam ‘donos’ da favela e até fez promessas. Ninguém, nesse período, suspeitou da numeração escolhida para o falso candidato – os últimos três algarismos do número de Cosme, que ‘concorria’ com o 70.171, é uma referência ao artigo do Código Penal para o crime de estelionato. Ou, no ‘popular’, aquele que costuma enganar para obter vantagem
Emidio Campos
Gestor de Segurança
http://segurancadecondominio.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário