As pessoas que ficaram desabrigadas após a forte chuva que atingiu diversas regiões de Teresópolis, na Região Serrana no Rio, na terça-feira (11), estão sendo encaminhadas nesta quarta-feira (12) para um ginásio localizado no centro da cidade. O número de mortos pela chuva em Teresópolis subiu para 89 pessoas.
Elizangela Lopes, de 28 anos, teve a perna queimada após um botijão de gás explodir quando sua casa foi destruída pela chuva. Ela chegou ao ginásio Pedro Jahara, conhecido como ‘Pedrão’, e foi medicada rapidamente. “Não tenho pra onde ir, minha casa desabou parcialmente. Estou com a perna queimada e vou ficar aqui por enquanto”, contou ela.
Segundo Elizangela, sua casa ficava localizada em um a área verde do bairro de Campo Grande. “Ninguém ali sabia que podia rolar pedras em cima das nossas casa. A Defesa Civil nunca avisou que corríamos risco. Na hora do dilúvio, minha casa foi a última a cair e por isso consegui ajudar muita gente”, disse.
‘Íamos morrer’, diz dona de casa
A dona de casa Jaqueline Dias, de 18 anos, moradora do Jardim Feo, contou que muitos vizinhos perderam familiares e ficaram desabrigados, assim como ela. “Se eu ficasse ali, eu ia morrer. Sai de casa com meus filhos às 2h da manhã. Eu não ia ficar ali, meus vizinhos perderam os dois filhos”, disse.
No ginásio Pedro Jahara, para onde os desabrigados foram levados, muitos voluntários chegam para ajudar a organizar as doações. O secretário de desenvolvimento social de Teresópolis, Rudimar Caberlon, pede que a população ajude fazendo doações. “Precisamos de copo, prato, papel, absorventes, fraldas, e muito água”, pediu ele.
As doações podem ser feitas no próprio ginásio, que fica na Rua Tenente Luiz Meirelles, número 211.
Teresópolis, 12 jan (EFE).- A cidade de Teresópolis, na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro foi atingida na madrugada desta quarta-feira por uma tragédia que arruinou boa parte de sua infraestrutura, matou centenas de pessoas e deixa todo o país chocado com o poder destrutivo das águas.
Atingida por uma quantidade de chuvas inimaginável para tão poucas horas - o equivalente ao esperado para todo o mês de janeiro -, Teresópolis chora sobre um cenário de destruição, mortes e prejuízos que deixarão sua marca na história do local, do Estado e com certeza, do país.
Até o início da noite desta quarta-feira, tinham sido contabilizadas 237 mortes na cidade, e um número ainda não definido de casas, carros, lojas, estradas e pontes destruídas pelo que parece ter sido uma avalanche de água, lama e entulhos, que destruiu tudo o que encontrou pelo caminho. O acesso à cidade é difícil. O número de desalojados já passa de 1,3 mil e os desabrigados 900.
Equipes do Corpo de Bombeiros trabalham na região do bairro Caleme, onde uma barragem não suportou o volume das águas e se rompeu, levando tudo o que encontrou pela frente. Este local é onde foi registrado o maior número de vítimas e casas destruídas.
O governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deve se deslocar nesta quinta-feira para a região, para acompanhar os trabalhos de resgate de vítimas e analisar a situação de perto, enquanto a presidente Dilma Roussef, confirmou no final desta tarde que vai sobrevoar a Região Serrana, em sua primeira viagem fora de Brasília desde que assumiu o cargo.
O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário, decretou estado de calamidade pública na cidade. Helicópteros cruzam o céu a todo instante, resgatando vítimas e levando ajuda onde o acesso por via terrestre é impossível.
Nova Friburgo e Petrópolis - especialmente o distrito de Itaipava - também foram muito afetadas pela tromba d'água que caiu na região.
Em Nova Friburgo já são 38 mortos confirmados, e em Petrópolis 18, mas informações que chegam através dos órgãos públicos dão conta de mais de 40 mortos, apenas em Itaipava. Há localidades completamente destruídas, onde as equipes de socorro ainda não conseguiram chegar.
Luz e telefone, além de telefonia celular, estão cortados nessas áreas do distrito de Petrópolis. Há relatos de pessoas que não entram em contato com suas famílias desde as primeiras horas do dia.
No início desta noite, informações extraoficiais dão conta de que foram localizados mais 55 corpos na localidade de Serrinha, em Nova Friburgo, o que elevaria as vítimas fatais na cidade para quase cem.
O Governo Federal já autorizou a liberação de verbas e disponibilizou das Forças Armadas, além de recursos dos Ministérios da Integração, Defesa e Saúde para ajudar as vítimas da Região Serrana.
Todo o Estado do Rio está se mobilizando para receber doações de alimentos, roupas, água potável, além de doações de sangue para abastecer os hospitais das cidades atingidas, já que o número de feridos não para de aumentar.
A esperança das autoridades é que não chova mais na região, para que os trabalhos de resgate possam continuar durante esta noite.
Emidio Campos
Gestor de Segurança
http://segurancadecondominio.blogspot.com
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