Os moradores do Condomínio Ivany, no Itaim Bibi, na Zona Oeste de São Paulo, interditado na quinta-feira sob risco de desabamento, podem ficar até 40 dias hospedados em hotel pago pelo Hospital São Luiz. O prazo de cinco dias de interdição, anunciado na quinta-feira, foi alterado.
O coordenador da Defesa Civil, o coronel Jair Paca de Lima, justificou que a mudança na data, de cinco para até 40 dias, aconteceu porque as obras dependem da empresa de engenharia contratada para realizar as intervenções necessárias para o prédio não desabar e também do material que vão usar. “Vai ser usado um tipo de concreto, que pode abreviar o tempo da reforma. A engenharia hoje faz milagre”, afirmou, sem dar detalhes do projeto.
Apesar do início das obras, o risco de desabamento ainda não foi descartado. “Se há interdição é porque existe um risco de queda, mas está diminuindo a cada hora com os trabalhos de engenharia que estão sendo realizados”, disse.
Até o final das intervenções, a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar vão monitorar o local. Os moradores continuam impedidos de retornar aos apartamentos. No entanto, alguns estiveram nesta sexta-feira no prédio para pegar roupas. Na quinta-feira, eles só foram autorizados a sair dos imóveis com documentos e objetos pessoais.
Transtorno/ A corretora de imóveis Claudia Picchi, de 51 anos, que morava no 10 do Condomínio Ivany, está com o marido e os dois filhos no Hotel Mercure, próximo ao edifício. Eles foram instalados em dois quartos. “Estamos bem acomodados, mas é um transtorno. Não estamos em nossa casa. Precisamos comprar roupas porque não conseguimos levar tudo”, contou. Claudia mora há 17 anos no prédio e atuou como síndica durante 12 anos. “Naquela época, o hospital sabia dos problemas que a obra poderia causar na estrutura do edifício”, disse.
Neste sábado, os moradores vão se reunir para discutir a contratação de um advogado e depois entrar com uma ação contra o hospital.
Os comerciantes que alugam as salas comerciais, de propriedade do Hospital São Luiz, estão parados por causa da interdição. O empresário Milton Nobre dos Santos, de 48 anos, estima um prejuízo de R$ 10 mil. “Eu pago R$ 4,6 mil de aluguel, mais R$ 527 de condomínio. E o hospital ainda pediu para nós bancarmos as obras de reforma das colunas das sala”, reclamou. O Hospital São Luiz não quis se pronunciar sobre o caso.
Obra também interdita casas na Zona Leste
Do outro lado da cidade, quatro casas foram interditadas nesta sexta pela manhã, na Rua Lucas Lossius, próximo ao Córrego Oratório, no Jardim Valquíria, Zona Leste. Técnicos da Defesa Civil estiveram no local para vistoriar uma obra de canalização que provocou rachaduras na rua. Foram identificadas 12 casas com risco de desabamento, porém, quatro poderiam cair a qualquer momento. Os moradores tiveram que ser retirados dos imóveis.
Segundo a Subprefeitura de Vila Prudente/Sapopemba, engenheiros do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão responsável pela obra, identificaram as rachaduras e pediram vistoria da Defesa Civil. A subprefeitura esclareceu que a área onde estão as casas é invadida. O terreno pertence à CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano). Após a interdição, os moradores seguiram para casas de parentes. A Prefeitura não ofereceu abrigo provisório a eles.
Emidio Campos
Instrutor de Segurança
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