A reprimenda segue. Finalmente, a faxineira olha para a patroa e pergunta por que a mulher nunca comprou o rodinho para que ela não precisasse se dependurar.
A cena é fictícia e já foi até mesmo explorada em filmes nacionais. Porém, poderia se passar em muitas casas por aí, revelando um problema: a negligência com a segurança de empregadas domésticas.
A queda de uma faxineira grávida do décimo andar de um prédio de Florianópolis no mês passado (ela e o feto sobreviveram, surpreendentemente) colocou a questão novamente em discussão.
Em São Paulo, nos bairros de Santa Cecília e Higienópolis, foi flagradas empregadas praticamente penduradas nas janelas para limpar os vidros. Em um dos casos, uma faxineira se arriscava no sétimo andar, sem qualquer equipamento de segurança.
O risco é sempre minimizado, tanto pela funcionária quanto pela patroa, em conversas com os dois grupos.
"As empregadas se arriscam porque os patrões exigem o vidro sempre limpo e não oferecem equipamentos que poderiam dar uma melhor segurança", afirma Eliana Gomes Menezes, presidente do Sindoméstica, sindicato da categoria.
"O ideal mesmo é a empregada nem fazer esse tipo de serviço arriscado. Deveria ser contratada uma empresa de segurança para isso" diz ela.
Apesar da falta de segurança, casos como o de Santa Catarina nunca foram registrados na cidade de São Paulo, segundo o Sindoméstica.
RISCO
O olhar atento para as janelas dos apartamentos paulistanos revela outro problema. Não são apenas as empregadas que correm riscos.
Em dois lugares da avenida Higienópolis, prestadores de serviço de instalação de redes passaram horas para o lado de fora do prédio. Um deles, no décimo andar.
Em nenhum dos casos, os trabalhadores usavam equipamentos de segurança que pudesse evitar a queda.
Mulher limpa janela do primeiro andar de um apartamento na Rua Baronesa de Itu, 640, em Higienópolis, SP |
Emidio Campos
Gestor de Segurança
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