A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira a Operação Cavalo de Aço, visando o combate ao comércio ilegal de peças de motocicleta, e fechou oito lojas no centro de São Paulo. Foram necessários dois caminhões para retirar quase quatro mil peças apreendidas, no que a polícia batizou de “condomínio do crime”, um edifício localizado na Rua Guaianases. Quatro pessoas foram presas em flagrante.
Policiais da Delegacia de Desmanches Ilegais do Deic (Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado) começaram a traçar a estratégia de ação contra a “boca das motos” a partir do monitoramento dos ladrões de motocicletas que eles haviam identificado e prendido. “Até algum tempo atrás, os ladrões levavam as motos roubadas e furtadas até essa região central, em Campos Elíseos. Hoje, para dificultar a ação da polícia, eles desmancham a moto em outros lugares e depois levam as peças, no que chamam de ‘pacotinhos’”, disse o delegado titular Marcelo Bianchi.
Segundo o policial, muitos lojistas irregulares encomendam aos ladrões as motos cujas peças lhes interessam. “Os ladrões roubam o veículo e, atualmente, deixam um intermediário cuidar da entrega da moto roubada, ou das peças, para os lojistas”, afirmou.
HELICÓPTERO/ Após 20 dias de estudo do local onde a operação seria desencadeada, a polícia decidiu fazer o cerco na manhã desta quinta, fechou as entradas da Rua Guaianases e adjacências com apoio da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos e também do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) e de um helicóptero da Polícia Civil.
Os policiais transitaram nos imóveis sem usar roupas que os identificasse para causar efeito surpresa. Em uma das lojas do condomínio, a polícia flagrou o mecânico Felipe Guilherme Pereira, de 22 anos. “Ele lixava a numeração de uma moto”, disse Bianchi. Também foram presos Jorge José da Silva, de 21, Bruno Paiva Galdino, de 18, e Genilson Oliveira Filosi, de 19. Eles conduziam motos roubadas.
Bandidos levam motos roubadas para cidades da Grande São Paulo para evitar a repressão
O delegado Marcelo Bianchi revelou que o serviço de inteligência do Deic já detectou que os criminosos têm levado motos roubadas e furtadas para cidades da região metropolitana de São Paulo. “A repressão na região central, conhecida como boca das motos, está aumentando e isso obriga o crime a mudar”, disse o policial civil.
Segundo ele, os lojistas criminosos costumam comprar lotes inteiros de motos em leilões, que, na teoria, não deveriam voltar a trafegar mais. “Eles desmancham essas motos e deveriam inutilizar o sinal identificador, mantendo apenas os quatro últimos números. Eles também encomendam motos roubadas e vendem as peças delas. Para efeito de justificativa à polícia, usam a nota fiscal recebida no arremate do lote de leilão, dizendo que as peças roubadas foram compradas legalmente. Como muitas peças de moto não têm sinal identificador, não há como contradizer a afirmativa do lojista”, afirmou o delegado Bianchi.
No “condomínio do crime”, apenas um imóvel não foi fechado. “Ele era o único que funcionava como moradia”, disse o policial do Deic.
Agentes disfarçados iniciaram o trabalho
O Deic iniciou a Operação Cavalo de Aço às 9h. Policiais disfarçados levantaram os principais pontos e deram o sinal para o início do trabalho. Os policiais conseguiram recuperar cinco motos roubadas ou furtadas.
O Deic iniciou a Operação Cavalo de Aço às 9h. Policiais disfarçados levantaram os principais pontos e deram o sinal para o início do trabalho. Os policiais conseguiram recuperar cinco motos roubadas ou furtadas.
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peças de motos foram apreendidas
peças de motos foram apreendidas
Pente-fino teve 96 policiaisA polícia pesquisou 523 motores, vistoriou 95 estabelecimentos e prendeu quatro pessoas. O Deic contou com 96 policiais civis, 45 viaturas e um helicóptero.
Emidio Campos
Gestor de Segurança
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