Moradores de um condomínio de casas de classe média no Capão Redondo, zona sul da capital paulista, sofrem com um problema semelhante ao de habitantes de ocupações de áreas de risco da cidade de São Paulo. O condomínio Parque das Árvores foi construído em 1992 entre os córregos do Branco e do Morro do S e as residências ameaçam desabar depois que o nível de água dos dois "colou" na parede das casas no final de 2010. O córrego do Morro do S, inclusive, foi o campeão em alagamentos em janeiro deste ano, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), órgão ligado à Prefeitura de São Paulo.
A pedido do R7, a planta e imagens do condomínio foram avaliadas por três especialistas. A área pode ser considerada de risco e os imóveis podem desabar a qualquer momento na opinião do arquiteto e engenheiro João Valente, do IE (Instituto de Engenharia); da professora de arquitetura do Mackenzie Maria Augusta Justi Pisani; e do urbanista Kasuo Nakano, do Instituto Pólis.
Apesar da avaliação dos especialistas, a Defesa Civil de São Paulo afirma que “a estrutura [das casas] não está “comprometida" e que os deslizamentos das margens dos córregos só ocorrem porque os "moradores desviam a água das chuvas para um barranco" atrás do condomínio. Mesmo com a afirmação da Defesa Civil, o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) cadastrou os moradores do Parque das Árvores para receberem mensagem de texto no celular toda vez que houver riscos de transbordamento dos córregos.
O sistema de mensagens do DAEE é destinado a moradores de áreas de risco da capital paulista e foi disponibilizado aos condôminos do Parque das Árvores após a publicação de reportagem do R7 sobre as enchentes na área. A moradora e síndica do condomínio na zona sul, Aparecida Silva, conta que os técnicos do DAEE foram até o local no início de fevereiro e pediram para que os moradores indicassem o ponto onde foi feita a fotografia da reportagem.
Obra paralisa canalização
Segundo os moradores, a Subprefeitura do Campo Limpo alega que a canalização completa dos córregos do S e do Branco depende do início da ampliação da avenida Caldeira Filho, na região. A obra viária é parte do Programa de Desenvolvimento do Sistema Viário Estratégico Metropolitano de São Paulo, arquitetado pela prefeitura em parceria com o governo. O projeto é o mesmo que previu a criação da faixa central da marginal Tietê.
Caso a obra seja feita, parte da avenida Carlos Caldeira passaria por cima de um trecho onde há o encontro dos córregos Morro do S e do Branco. A via teria a função de interligar os bairros Campo Limpo e Capão Redondo ao M’Boi Mirim, desde a praça Nossa Senhora do Carmo até o terminal Jardim Ângela. Além de desafogar o trânsito de veículos na área, segundo o engenheiro João Valente, a obra facilitaria a instalação de serviços como transporte público e abastecimento de água.
- As ruas do bairro M’Boi Mirim são estreitas e, por vezes, dificultam a instalação dos serviços municipais. A ampliação melhoraria a circulação de veículos na região e facilitaria iniciativas de urbanização.
Desapropriações
Alguns imóveis da avenida Ellis Maas, onde fica o Parque das Árvores, serão desapropriados pela Prefeitura de São Paulo. Comércios e casas, inclusive algumas do próprio condomínio, foram notificadas entre 2007 e 2009 e os proprietários já receberam a indenização, segundo apurou a reportagem. A prefeitura não informou quantos imóveis serão desocupados e qual o valor total pago em indenizações.
A reportagem também questionou a prefeitura sobre a canalização dos córregos e a ampliação da avenida Carlos Caldeira Filho. Em nota, a administração municipal disse, apenas, que “vários órgãos estaduais e municipais estão avaliando qual seria a melhor alternativa para a cidade”, o que inclui ações de canalização dos córregos. “Os projetos ainda estão em fase de estudos e não há uma previsão de conclusão, nem de gastos”.
Medidas emergenciais
A reportagem também questionou a prefeitura sobre a canalização dos córregos e a ampliação da avenida Carlos Caldeira Filho. Em nota, a administração municipal disse, apenas, que “vários órgãos estaduais e municipais estão avaliando qual seria a melhor alternativa para a cidade”, o que inclui ações de canalização dos córregos. “Os projetos ainda estão em fase de estudos e não há uma previsão de conclusão, nem de gastos”.
Medidas emergenciais
Enquanto a administração pública não resolve o problema na área, alguns moradores do condomínio tentam improvisar soluções para conter a erosão da margem dos córregos do Branco e Morro do S. Um funcionário público, que preferiu manter a identidade em sigilo, resolveu colocar uma capa plástica para evitar que as chuvas levem a vegetação natural das encostas. Já o segurança Milton Souza, que vive em um trecho problemático do condomínio, diz que teme o fato de o quarto dos filhos estar próximo da parte da casa que supostamente pode desabar.
- Construí a edícula faz pouco tempo e ela tem rachaduras. O quarto dos meus filhos fica próximo do córrego e sinto medo todas as noites antes de dormir.
O condomínio Parque das Árvores tem 96 casas e aproximadamente 300 moradores. Em 2004, quatro imóveis cujos fundos ficam à margem do córrego do S foram interditados porque o muro deles desabou. No ano seguinte, mais seis casas foram desocupadas, quando parte dos muros que dão fundos para o córrego do Branco foi ao chão por causa da força das águas do canal, segundo a síndica Aparecida Silva.
- Já em 2007, parte do asfalto do condomínio e um orelhão foram engolidos pelo córrego. A Siurb [Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras], vendo a gravidade da situação, adiantou um trecho da canalização deste local. Mas o restante ficou como estava e agora ameaça a tranquilidade dos moradores.
A prefeitura disse que a obra da Siurb teve “como objetivo a contenção das margens do córrego do Branco para consolidar unidades habitacionais” do condomínio. A administração ressalta que atendeu apenas aos trechos que traziam riscos aos moradores.
- Construí a edícula faz pouco tempo e ela tem rachaduras. O quarto dos meus filhos fica próximo do córrego e sinto medo todas as noites antes de dormir.
O condomínio Parque das Árvores tem 96 casas e aproximadamente 300 moradores. Em 2004, quatro imóveis cujos fundos ficam à margem do córrego do S foram interditados porque o muro deles desabou. No ano seguinte, mais seis casas foram desocupadas, quando parte dos muros que dão fundos para o córrego do Branco foi ao chão por causa da força das águas do canal, segundo a síndica Aparecida Silva.
- Já em 2007, parte do asfalto do condomínio e um orelhão foram engolidos pelo córrego. A Siurb [Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras], vendo a gravidade da situação, adiantou um trecho da canalização deste local. Mas o restante ficou como estava e agora ameaça a tranquilidade dos moradores.
A prefeitura disse que a obra da Siurb teve “como objetivo a contenção das margens do córrego do Branco para consolidar unidades habitacionais” do condomínio. A administração ressalta que atendeu apenas aos trechos que traziam riscos aos moradores.
Casas do condomínio Parque das Árvores ameaçam desabar por causa da proximidade com o córrego Morro do S
(Crédito: Daia Oliver/R7)
(Crédito: Daia Oliver/R7)
Emidio Campos Gestor de Segurança
Golden Star Segurança Escolta e Porteiro
http://segurancadecondominio.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário