Reformar um apartamento está mais complicado - e caro. Condomínios aumentaram as exigências em relação às obras internas por mais simples que pareçam. Em edifícios de alto padrão, o proprietário agora precisa apresentar planta e ter um engenheiro para acompanhar todo o processo. Há casos em que a reforma só começa após reunião de administradora, síndico e dono do imóvel. E tudo tem de ser devidamente documentado por um advogado. "Os prédios mudaram de postura e ficaram radicais quando o assunto é reforma", resume o consultor jurídico Márcio Rachkorsky.
Quando os pedreiros começaram a dar marretadas nas paredes, uma vizinha tocou a campainha de Xavier. Ele avisou que havia comunicado ao síndico sobre a reforma. Não satisfeita, ela foi à Subprefeitura de Pinheiros e fez denúncia, alegando que as modificações poderiam colocar em risco o prédio. Xavier foi chamado. Apresentou seu projeto, mas os técnicos pediram a planta original do prédio. "Era um edifício com mais de 50 anos", explica. Xavier tentou achar a construtora, mas ela não existe mais. Resolveu então continuar a obra, achando que não teria problemas. Mas se deu mal. A vizinha avisou que a reforma continuava. Os fiscais foram ao local e embargaram a obra.
Quando o projeto foi apresentado ao síndico, começaram os questionamentos. Primeiro havia dúvidas sobre o padrão da cobertura e depois se a estrutura do prédio suportaria o peso da cobertura de vidro, mesmo sendo sustentada por aço. Fernanda chamou um engenheiro calculista. Para aumentar a segurança, planejou a construção de uma viga extra, que se encaixaria na viga do prédio. "A essa altura, já tinha desistido da piscina." Ainda assim, foi exigido que o engenheiro contratado pelo condomínio acompanhasse a obra.
Pressão. Em geral, quando uma reforma começa, o síndico visita o apartamento. Alguns até tiram fotos dos ambientes antes de a intervenção começar. O retrato serve de base para checar depois da obra finalizada se o combinado foi respeitado.
"Hoje são tantas as exigências que mudei meu método de reforma", diz o arquiteto Gustavo Calazans. "Evito quebra-quebra usando revestimentos. Como passamos por um boom da construção, faltam profissionais especializados. O preço da mão de obra triplicou nos últimos cinco anos. Ficou tão complicado e caro reformar que virei adepto de soluções sustentáveis." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
Emidio Campos
Instrutor de Segurança
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