Animais mexem no lixo, que fica espalhado na calçada - Por: Luiz Sett |
Notícia publicada na edição de 26/03/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 7 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
Suspeita de dengue, casos de sarna e "caroços" estranhos pelo corpo de várias pessoas estão preocupando os moradores dos prédios da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU), o Sorocaba K, no Recreio dos Sorocabanos. A maior parte dos problemas pode estar relacionada a situações como esgoto a céu aberto, mato alto que favorece a proliferação de cobras e aranhas, lixo acumulado, falta de limpeza das caixas de água e superpopulação de cães e gatos. Além disso, as 160 famílias que ocupam a unidade enfrentam problemas estruturais há seis anos - desde a inauguração -, quando começaram as rachaduras e trincas em vários blocos.
A situação tem se agravado nos últimos meses, tendo culminado com a mudança de endereço da síndica, que residia no local e "abandonou" a administração sem explicação. Os moradores afirmam que ela não confiou o cargo a ninguém e levou as chaves do condomínio, incluindo as da caixa de energia, portaria e bomba de água. "Isto aqui está ao Deus dará", protestou um. Até o cão Vitor - pertencia à síndica - foi deixado. No início desta semana ainda era possível ouvir latidos do animal no apartamento. Ninguém sabia dizer se havia alimento e água, ou se a síndica retornaria. Alguém disse ter ligado para a síndica, mas não conseguiu contato.
"Pelas condições já dá pra ver que não tem administração", denunciou um morador que não quis se identificar. Os blocos estão sem iluminação nos corredores; e o esgoto escorre a céu aberto e oferece risco às crianças que brincam descalças. A falta de manutenção nas tampas de bueiros já fez uma vítima no condomínio. A irmã da balconista Rosana Alves Carriel fraturou o joelho em três lugares. "Há mais de um mês minha irmã está acamada. Quem vai pagar a conta?", questionou. Já a aposentada Maria Antonia Ayres de Oliveira acredita ter sido vítima da água que consome vinda da caixa sem limpeza.
Há meses a aposentada Maria Antonia e seu filho sofrem com os "caroços" que apareceram na pele. "Coça e forma essas feridas", contou ela. "Aqui a gente vê de tudo", denunciou a diarista Edinéia de Fátima Trombeta. Para a diarista, a situação do Sorocaba K já é um "problema de saúde pública". O mato alto ajuda na proliferação de bichos peçonhentos e o lixo por todo o espaço esconde criadouros de mosquito da dengue. Eles denunciam a existência de um caso suspeito de dengue no condomínio. "Uma criança", revelou uma mulher. A rua Serafim Banietti também é alvo de reclamações. Não tem bocas de lobo e quando chove isola as famílias, pois nem mesmo ônibus passa pela via.
Animais x pessoas
Alguns moradores também denunciam a venda e aluguel de apartamentos de forma irregular, inclusive casos de pessoas que têm mais de um imóvel. "Isso não pode e mesmo assim tem", revelou um morador. As rachaduras e trincas são reclamações antigas, principalmente nos blocos G, H, I e J, onde a situação é considerada mais grave. A costureira Regina dos Anjos Queiroz, que mora num deles tem medo de ficar no apartamento. "A calçada já cedeu mais de cinco centímetros". Regina disse ter cobrado providências da síndica, mas a resposta foi que o seguro paga. "Se morrer alguém o seguro também paga?", questionou.
O grande número de cães e gatos chama a atenção. Embora exista regimento interno que impede animais no condomínio, vários moradores afirmam ter animais. "Tenho um poodle, mas ele não sai do apartamento", disse uma moradora. Uma ninhada com nove filhotes de cães foi deixada na portaria. Até mesmo um gato morto foi encontrado no bloco B. Os animais reviram lixeiras, circulam livremente por todo o espaço e, a posse irresponsável, fez com que contraíssem sarna e carrapatos. Os carrapatos podem ser vistos por corredores dos blocos, enquanto a sarna já fez vítimas no passado e existem suspeitas recentes de sarna em moradores.
Prioridade e responsabilidade
Para saber dos problemas de ordem administrativa, a reportagem tentou contato com a síndica "Sônia", por meio de telefone passado no condomínio, mas o número não estava disponível para ligação. Sobre os problemas estruturais, desde a segunda-feira passada a reportagem tenta sem sucesso contatar a direção da CDHU, via assessoria de comunicação como foi orientada na Companhia. Vários recados foram deixados.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), por meio de sua assessoria de comunicação, esclareceu que em todo problema com redes internas, a manutenção compete ao condomínio. Em relação à água, a autarquia adiantou que, embora não tenha recebido reclamações, deve coletar água que chega ao conjunto para análises, a fim de detectar possíveis alterações. Quanto à rua Serafim Banietti, o Saae enviará técnicos do Departamento de Drenagem para definir as intervenções necessárias para a solução do problema.
Sobre os casos suspeitos de sarna, a Secretaria de Comunicação (Secom) orienta os moradores a procurarem a unidade básica de saúde mais próxima. Já os casos da doença em animais são de responsabilidade do proprietário. Assim, em caso de sarna ou carrapato, os donos devem procurar um médico veterinário. A respeito de animais mortos, a Prefeitura tem contrato de recolhimento e destinação dos encontrados em vias públicas. Já a destinação dos animais de estimação cabe aos proprietários. Quanto às ações de combate à dengue, como operações de bloqueio e nebulização, a Zoonoses está priorizando, no momento, as regiões da cidade que mais concentram casos confirmados da doença.
A situação tem se agravado nos últimos meses, tendo culminado com a mudança de endereço da síndica, que residia no local e "abandonou" a administração sem explicação. Os moradores afirmam que ela não confiou o cargo a ninguém e levou as chaves do condomínio, incluindo as da caixa de energia, portaria e bomba de água. "Isto aqui está ao Deus dará", protestou um. Até o cão Vitor - pertencia à síndica - foi deixado. No início desta semana ainda era possível ouvir latidos do animal no apartamento. Ninguém sabia dizer se havia alimento e água, ou se a síndica retornaria. Alguém disse ter ligado para a síndica, mas não conseguiu contato.
"Pelas condições já dá pra ver que não tem administração", denunciou um morador que não quis se identificar. Os blocos estão sem iluminação nos corredores; e o esgoto escorre a céu aberto e oferece risco às crianças que brincam descalças. A falta de manutenção nas tampas de bueiros já fez uma vítima no condomínio. A irmã da balconista Rosana Alves Carriel fraturou o joelho em três lugares. "Há mais de um mês minha irmã está acamada. Quem vai pagar a conta?", questionou. Já a aposentada Maria Antonia Ayres de Oliveira acredita ter sido vítima da água que consome vinda da caixa sem limpeza.
Há meses a aposentada Maria Antonia e seu filho sofrem com os "caroços" que apareceram na pele. "Coça e forma essas feridas", contou ela. "Aqui a gente vê de tudo", denunciou a diarista Edinéia de Fátima Trombeta. Para a diarista, a situação do Sorocaba K já é um "problema de saúde pública". O mato alto ajuda na proliferação de bichos peçonhentos e o lixo por todo o espaço esconde criadouros de mosquito da dengue. Eles denunciam a existência de um caso suspeito de dengue no condomínio. "Uma criança", revelou uma mulher. A rua Serafim Banietti também é alvo de reclamações. Não tem bocas de lobo e quando chove isola as famílias, pois nem mesmo ônibus passa pela via.
Animais x pessoas
Alguns moradores também denunciam a venda e aluguel de apartamentos de forma irregular, inclusive casos de pessoas que têm mais de um imóvel. "Isso não pode e mesmo assim tem", revelou um morador. As rachaduras e trincas são reclamações antigas, principalmente nos blocos G, H, I e J, onde a situação é considerada mais grave. A costureira Regina dos Anjos Queiroz, que mora num deles tem medo de ficar no apartamento. "A calçada já cedeu mais de cinco centímetros". Regina disse ter cobrado providências da síndica, mas a resposta foi que o seguro paga. "Se morrer alguém o seguro também paga?", questionou.
O grande número de cães e gatos chama a atenção. Embora exista regimento interno que impede animais no condomínio, vários moradores afirmam ter animais. "Tenho um poodle, mas ele não sai do apartamento", disse uma moradora. Uma ninhada com nove filhotes de cães foi deixada na portaria. Até mesmo um gato morto foi encontrado no bloco B. Os animais reviram lixeiras, circulam livremente por todo o espaço e, a posse irresponsável, fez com que contraíssem sarna e carrapatos. Os carrapatos podem ser vistos por corredores dos blocos, enquanto a sarna já fez vítimas no passado e existem suspeitas recentes de sarna em moradores.
Prioridade e responsabilidade
Para saber dos problemas de ordem administrativa, a reportagem tentou contato com a síndica "Sônia", por meio de telefone passado no condomínio, mas o número não estava disponível para ligação. Sobre os problemas estruturais, desde a segunda-feira passada a reportagem tenta sem sucesso contatar a direção da CDHU, via assessoria de comunicação como foi orientada na Companhia. Vários recados foram deixados.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), por meio de sua assessoria de comunicação, esclareceu que em todo problema com redes internas, a manutenção compete ao condomínio. Em relação à água, a autarquia adiantou que, embora não tenha recebido reclamações, deve coletar água que chega ao conjunto para análises, a fim de detectar possíveis alterações. Quanto à rua Serafim Banietti, o Saae enviará técnicos do Departamento de Drenagem para definir as intervenções necessárias para a solução do problema.
Sobre os casos suspeitos de sarna, a Secretaria de Comunicação (Secom) orienta os moradores a procurarem a unidade básica de saúde mais próxima. Já os casos da doença em animais são de responsabilidade do proprietário. Assim, em caso de sarna ou carrapato, os donos devem procurar um médico veterinário. A respeito de animais mortos, a Prefeitura tem contrato de recolhimento e destinação dos encontrados em vias públicas. Já a destinação dos animais de estimação cabe aos proprietários. Quanto às ações de combate à dengue, como operações de bloqueio e nebulização, a Zoonoses está priorizando, no momento, as regiões da cidade que mais concentram casos confirmados da doença.
Emidio Campos
Gestor de Segurança
http://segurancadecondominio.blogspot.com
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