Carros deixados em condomínio eram usados como moeda de troca por drogas
Fornecedor de drogas morava em casa de três andares com piscina na Chácara
Rio - Uma fortaleza de três andares, com piscina, churrasqueira, terraço para festas, TVs de LCD em todos os cômodos e roupas de grife nos armários. A casa, na encosta da mata que dá acesso ao Morro do Fogueteiro, na subida do Rio Comprido para Santa Tereza, é uma das muitas do condomínio de classe média conhecido como Chácara que, ao longo dos anos, foi invadido pelo tráfico. Na mansão vivia um dos principais homens na hierarquia da quadrilha, o matuto (fornecedor de drogas) identificado como Ju.
A mansão ficava num condomínio de luxo em Santa Tereza | Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia
O imóvel, encontrado por agentes da 6ª DP (Cidade Nova), revela um conforto com o qual o bandido já estava acostumado há vários anos. Pelo menos desde que casou com a filha de um dos principais fornecedores de cocaína do Rio e aliado de Fernandinho Beira-Mar, Carlos Alberto Rêgo da Cunha, o Biriba.
Em novembro de 2007, no entanto, Carlinhos Biriba foi sequestrado e morto em São Gonçalo. Ju — que tem duas identidades, com os nomes de Jucimar e Júlio —, então, herdou a clientela do sogro. Há quatro meses ele era investigado pela equipe do delegado Luiz Alberto Andrade.
“Ele é, hoje, o principal fornecedor de drogas daquela região dominada pelo Comando Vermelho”, explicou um dos investigadores da 6ª DP, referindo-se aos morros do Fallet, Fogueteiro, Prazeres e Escondidinho, ocupados domingo pela polícia.
A casa do fornecedor de drogas, localizada no número 15 da Rua 9, dentro da Chácara — povoada por traficantes nos últimos anos, como O DIA mostrou ontem — destaca-se até mesmo entre os outros imóveis de classe média do condomínio, onde antes da desvalorização havia casas avaliadas em R$ 500 mil.
Em novembro de 2007, no entanto, Carlinhos Biriba foi sequestrado e morto em São Gonçalo. Ju — que tem duas identidades, com os nomes de Jucimar e Júlio —, então, herdou a clientela do sogro. Há quatro meses ele era investigado pela equipe do delegado Luiz Alberto Andrade.
“Ele é, hoje, o principal fornecedor de drogas daquela região dominada pelo Comando Vermelho”, explicou um dos investigadores da 6ª DP, referindo-se aos morros do Fallet, Fogueteiro, Prazeres e Escondidinho, ocupados domingo pela polícia.
A casa do fornecedor de drogas, localizada no número 15 da Rua 9, dentro da Chácara — povoada por traficantes nos últimos anos, como O DIA mostrou ontem — destaca-se até mesmo entre os outros imóveis de classe média do condomínio, onde antes da desvalorização havia casas avaliadas em R$ 500 mil.
Na residência, praticamente nada foi encontrado pelos agentes, além de fotos. Como a invasão às comunidades da região para a instalação das UPPs foi avisada com 11 dias de antecedência, o criminoso teve tempo de arrumar a mudança para fugir.
Na mesma rua de Ju, outro matuto também desfrutava da tranquilidade da Chácara. Identificado como Xuxa Gordo, ele colocou a casa à venda. Segundo corretores que trabalham na região, o ‘dono do imóvel’ quer R$ 170 mil.
GATONET ESTOURADO
No prédio vizinho à mansão de Ju, os policiais civis também encontraram provas de que a ilegalidade tomara conta do ‘condomínio’. Uma central de gatonet (TV a cabo clandestina) foi estourada. Um homem foi detido, prestou depoimento e acabou liberado. A central tinha 300 assinantes e, cada um, pagava R$ 25 por mês.
Veículos roubados e desmanche
Ainda dentro do condomínio, os policiais se surpreenderam com a quantidade de veículos roubados. Duas motos e cinco carros foram apreendidos: um Fiat Punto, dois Peugeot e dois Idea. Na Rua 6, um rastro de destruição revelava uma prática comum no local: o desmanche de veículos. Pelas ruas estavam espalhadas diversas carcaças, portas, parachoques e outros pedaços de diversos tipos de carros. Alguns estavam queimados e outros, abandonados na mata, no alto da Rua 6.
Moeda de troca por drogas
As investigações da 6ª DP revelam que os carros abandonados no local eram trocados por drogas. Os traficantes compravam veículos em leilões, reformavam com peças de automóveis roubados e colocavam novos chassis e placas.
Depois, eles eram usados como moeda de troca em países como Paraguai e Bolívia para fornecedores de maconha, crack e cocaína. Tudo isso era comandado pelo chefe do tráfico do Fallet e Fogueteiro, Paulo César Batista de Castro, o Paulinhozinho. O dono de uma oficina, que seria o responsável pela adulteração, está sob investigação.
Emidio Campos
Gestor de Segurança
http://segurancadecondominio.blogspot.com
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