A Polícia Civil apreendeu nesta quarta-feira um arsenal com cerca de 80 armas e milhares de munições avaliadas em mais de R$ 1 milhão na casa do eletricista Marco Antonio Girao, em um condomínio de luxo em Araçatuba, no interior de São Paulo. Foram recolhidas pistolas, revólveres, espingardas e 21 fuzis e metralhadoras de uso proibido. Também foram apreendidas milhares de munições, entre elas caixas com projeteis .50, usados em baterias antiaéreas.
Na casa, que fica no condomínio Serra Dourada, funcionava uma oficina onde as armas eram adaptadas para receber silenciadores, lunetas e outros acessórios. Foram apreendidos os tornos computadorizados que eram usados para fazer as adaptações e os consertos. No local, a polícia também apreendeu pinos de aço, com números nas pontas, que podem ter sido usados para renumerar armas.
A mulher de Girao, Adriana Nimia, foi presa por porte de armas proibidas. Ela disse que o marido é colecionador e apresentou um Certificado de Registro que autorizaria o funcionamento da oficina. "Mas nem ela e nem o marido têm autorização para portar armas como esta metralhadora .45 ou estes projéteis para artilharia antiaérea", disse o delegado da seccional de Araçatuba, Nelson Barbosa Filho, mostrando uma arma israelense e os projéteis. "Essas são armas de guerra, de uso exclusivo das Forças Armadas", lembrou. Além disso, segundo o delegado, as adaptações feitas nas armas são proibidas no País.
Segundo a polícia - que, até a publicação desta reportagem, ainda não havia terminado de contabilizar as armas e as munições -, grande parte do material, especialmente as armas de longo alcance, entrou no País por meio de traficantes internacionais. Girao não foi encontrado pela polícia, que ainda apreendeu quatro carros de luxo estacionados na mansão da família. O pai de Girao foi preso, em outra cidade, com uma pistola Glock, sem porte da arma, em uma caminhonete de luxo também apreendida.
De acordo com Barbosa Filho, a prisão de Girao ocorreu por conta de uma investigação do setor de inteligência da Polícia Civil, que recebeu informações de que o eletricista estaria fornecendo armas para criminosos. Segundo o delegado, será checado o Certificado de Registro apresentado por Adriana. "Se for verdadeiro, vamos pedir a cassação desse registro, porque ele estava armazenando armas e munições proibidas e fazendo adaptações proibidas nas armas." Será pedida a quebra de sigilo de Girao para que ele seja investigado por lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. "É fácil perceber que ele não tem renda para justificar seu patrimônio", disse. Os sogros de Girao preferiram não se pronunciar.
Emidio Campos
Gestor de Segurança
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