A polícia prendeu, na noite desta terça-feira, mais uma suspeita de fazer parte a “gangue das loiras”, quadrilha especializada em sequestros-relâmpagos em São Paulo. Vanessa Geremias Vendramini é irmã de Carina, outra integrante do bando, presa no último dia 9 em Curitiba, no Paraná.
Por volta das 21h30, uma denúncia levou os policiais até a casa de uma prima de Vanessa, onde ela estava escondida, em Poá, região metropolitana de São Paulo. De acordo com o delegado Eduardo Boigues, da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise), a mulher não resistiu à prisão. Vanessa foi encaminhada ainda na noite de terça-feira para o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), responsável palas investigações.
A gangue - Segundo informações da Polícia Civil, a quadrilha é formada por cinco mulheres – quatro loiras e uma morena – e um homem, que agiam apostando na beleza de suas integrantes. Eles sequestravam mulheres desacompanhadas em estacionamentos, de preferência também loiras, para fazer compras em shoppings com os cartões roubados. Enquanto as garotas da quadrilha realizavam as compras, o rapaz circulava pela cidade com a vítima, em seu veículo.
Além das duas irmãs Vendramini, também estão presos Wagner de Oliveira Gonçalves e sua mulher, Monique Awoki Scasiota – a única morena do grupo –, apontados como chefes da quadrilha. Priscila Amaral, Lilmara Valezin e Franciely dos Santos continuam foragidas.
Confusão e sedução - Depois da prisão de Wagner, o delegado Joaquim Dias Alves, responsável pelas investigações que levaram à descoberta da quadrilha, se disse surpreso com a organização do grupo. Segundo Alves, “a atuação das moças lembra os filmes de Hollywood”, tamanha a sofisticação com que atuavam.
De acordo com o delegado, a quadrilha buscava seduzir e confundir as vítimas. No interior das lojas, as assaltantes – todas bonitas, bem vestidas e simpáticas – esbanjavam charme e procuravam atendentes do sexo masculino como estratégia. “Os homens ficavam babando, todos bobos”, disse Alves. “Temos imagens que mostram seguranças dessas lojas ajudando as meninas a levar as compras feitas com cartão roubado até o carro”.
A polícia acredita que o grupo atuava pelo menos desde 2008, realizando assaltos em apartamentos. A partir de 2009, a quadrilha passou a praticar sequestros-relâmpagos. Segundo levantamento do DHPP, o bando realizou cerca de 50 assaltos apenas em São Paulo. O número, contudo, pode ser muito maior, já que a atuação da “gangue das loiras” não se restringia ao estado.
“Elas são nacionais”, concluiu Alves. “Acreditamos que pegavam aviões, desciam em outros estados e cometiam o mesmo crime. Sempre utilizando carros quentes, que não foram roubados. Poucas vezes em minha vida vi algo assim.”
Emidio Campos
Gestor de Segurança
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