Nova data do ENEM ainda em negociação

BRASÍLIA – O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) já estava descontente com o desempenho do consórcio Connasel antes mesmo de vir à tona o vazamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo funcionários ligados ao presidente do instituto, Reynaldo Fernandes, havia indícios de que alguns processos na execução da prova, sobretudo na distribuição, estavam sendo realizados de maneira inadequada.

PF indicia mais três em caso de vazamento de prova do Enem
Saiba o que o Ministério da Educação recomenda aos estudantes
Vai prestar o Enem? Mande sua videomensagem

Técnicos acreditam que as provas foram enviadas a alguns locais de aplicação com muita antecedência, o que aumenta a probabilidade de eventual vazamento. Além disso, foi muito mal-recebida a informação de que exemplares teriam sido armazenados na residência de alguns coordenadores nas regiões Norte e Nordeste do País, onde a distribuição já estava mais avançada.

Na semana passada, Fernandes explicou que em último caso, quando não há segurança em determinado município, deveria ser solicitado apoio do distrito policial local para o armazenamento dos exemplares.

Contrato será rompido

O Ministério da Educação deve anunciar o rompimento do contrato com o consórcio na noite desta segunda-feira (5). Técnicos do Inep estão reunidos desde o início desta manhã de segunda-feira com representantes da Cetro, uma das empresas do Connasel. Ao longo do dia, representantes das outras duas empresas (Consultec e Funrio) vão se juntar a eles, para o encontro onde será estabelecida a rescisão.

A prova deverá ser aplicada com apoio de empresas estatais, como os Correios, e empresas privadas do ramo de promoção de concursos. Representantes da Cespe, da Cesgranrio e da Carlos Chagas entraram em contato com a pasta.

O governo estuda ainda um mecanismo jurídico para pedir indenização ao consórcio. O ministério já pagou um terço dos R$ 116,9 milhões previstos no contrato, ou seja, cerca de R$ 35 milhões.

Nova data

A discussão contratual deve acontecer, porém, apenas depois de uma reunião do ministro da Educação, Fernando Haddad, com o comitê gestor do exame – formado por cinco reitores, uma de cada região do País, e representantes de secretarias estaduais e municipais de ensino – para negociar uma nova data.

Haddad pretende aplicar o exame ainda no mês de novembro. Para isso, pode propor adiamento de algum vestibular federal em benefício do Enem ou, ainda, aplicar a prova em dois dias úteis.