Grupo formado por 190 moradores do condomínio residencial Edifício Itacuruçá, no Jardim Alvorada, em Santo André, tenta destituir a síndica do cargo. Em assembleia, no sábado (6), a comissão apresentará dois processos judiciais que envolvem o espaço, um referente à dívida ativa de mais de R$ 1,6 milhão com o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e outro contra a síndica, Aparecida Santana Longo, por sonegação de contribuição previdenciária.
A esperança de Alexandre de Paula Silva, professor de Sociologia e morador do bloco 103, há cinco meses, é que Aparecida, síndica do local desde 1996, deixe o posto. “A ideia é destituí-la do cargo e culpá-la pela dívida, já que pagamos todas as taxas que nos foram impostas”, observa. Segundo o morador, o receio dos condôminos é perder os imóveis caso o débito com a Receita Federal não seja resolvido.
Marcelo Guisardi, gerente administrativo e morador do bloco 68, há dois anos e meio, revela que o condomínio só passou a ter administradora há cerca de um mês, no entanto, sem a participação dos condôminos para a escolha. “Até então, a parcela do condomínio só pode ser paga mediante dinheiro ou cheque. Não há boleto para permitir o pagamento no banco. Além disso, todas as ações da síndica são realizadas sem consulta aos moradores e as prestações de contas são feitas de forma informal”, reclama.
Arnaldo Batista de Oliveira, professor de Física e morador do bloco 68, há quatro anos, conta que vários grupos já tentaram tirar a síndica do cargo - que responde pelos 640 apartamentos instalados em 40 prédios -, todos sem sucesso. “Infelizmente temos muitos moradores antigos que preferem não se envolver”, destaca.
Administração
Segundo os moradores, Aparecida recebe cinco salários mínimos para administrar o local (um salário por bloco). O valor do condomínio é de R$ 124 mais taxa referente ao gasto de água. Durante a semana, a reportagem tentou entrar em contato com a empresa Damasco, administradora do condomínio, no entanto, o número de telefone disponibilizado no site da imobiliária não atende. Procurada pela reportagem, a síndica não retornou aos pedidos de entrevista.
Segundo os moradores, Aparecida recebe cinco salários mínimos para administrar o local (um salário por bloco). O valor do condomínio é de R$ 124 mais taxa referente ao gasto de água. Durante a semana, a reportagem tentou entrar em contato com a empresa Damasco, administradora do condomínio, no entanto, o número de telefone disponibilizado no site da imobiliária não atende. Procurada pela reportagem, a síndica não retornou aos pedidos de entrevista.
A assembleia geral extraordinária solicitada pelo grupo de 190 moradores para destituição da sindica está marcada para este sábado (6), às 15h30, na escola estadual Atílio Tognato (rua Pascoal Peduto, 10). A expectativa é que cerca de 250 condôminos compareçam ao encontro.
Participação evita problemas, diz especialista
“A história é quase sempre a mesma: moradores não se interessam pela administração do condomínio e quando se dão conta o problema já está instalado”, conta Rodrigo Karpat, advogado especializado em Direito Imobiliário. “Na prática, há três maneiras de se evitar o tipo de problema: solicitar certidões de débitos à Receita Federal a cada três ou seis meses, ter um conselho fiscal ativo e realizar auditorias mensais”, recomenda.
Segundo o advogado, quando o caos já está presente no condomínio, a alternativa é formar comissão e pedir assembleia para esclarecer os fatos ou até mesmo destituir o síndico do cargo. “O condômino sozinho não tem força. É preciso estar unido em comissão, conselho fiscal ou assembleia”, ensina Karpat.
Emidio Campos
Gestor de Segurança
http://segurancadecondominio.blogspot.com
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