Prédios abandonados viram ponto de drogas e alvo de invasões |
Prédios abandonados viram ponto de drogas e alvo de invasões Trata-se de um problema comum às cidades brasileiras. Esqueletos urbanos servem de esconderijo para o crime. A quem recorrer? Eles estão por toda parte nas grandes cidades brasileiras: prédios-fantasmas abandonados. São ruínas urbanas onde só mora a insegurança. Esses endereços acabam virando abrigo para bandidos e também para viciados em drogas, como aconteceu na região da Cracolândia. Nos últimos 30 anos, a região central de São Paulo perdeu 300 mil pessoas. Cem mil apartamentos ficaram vazios. Mas a capital paulista não é exceção. Os prédios abandonados são um problema praticamente em todas as cidades brasileiras. Em áreas nobres do Recife, há esqueletos de prédios. Obras interrompidas agora são alvo de vândalos e servem de abrigo para bandidos e usuários de drogas. Além de comprometer a segurança, os edifícios ainda põem em risco a saúde dos vizinhos porque a água da chuva fica acumulada. “Deve ser um foco imenso para a dengue”, disse uma senhora. No Rio de Janeiro, um prédio do governo do estado foi invadido por 17 famílias que vivem nele há seis anos. O governo diz que o imóvel será transformado em moradia popular, mas não há prazo para que isso aconteça. Em Belo Horizonte, um prédio de 13 andares está com as obras paradas. Já um condomínio comercial parece esquecido. Situação semelhante ocorre no centro de São Paulo, onde prédios antigos não costumam ficar vazios por muito tempo, porque são logo invadidos. “A solução que eu vejo passa por um incentivo ao aproveitamento desses edifícios vagos ou abandonados por meio de aluguel com desconto para habitação, quando servirem, ou para trabalho e emprego, incentivando a ocupação desses prédios por pequenas empresas”, afirma a arquiteta e urbanista Helene Afanasieff. Em um edifício que tem 22 andares, vivem mais de 200 famílias de um movimento de sem-teto. No prédio, ninguém precisa pagar condomínio. As famílias que podem contribuem com R$ 50 por mês. Os moradores dizem que usaram parte do dinheiro para instalar interfone. No alto, há uma câmera. A portaria, que vai passar por uma reforma, já funciona 24 horas por dia. O porteiro Cícero Oliveira é um dos moradores que invadiram o condomínio há quase um ano. O elevador está quebrado. “Temos mensageiros para comunicação nos apartamentos. Se for ao 20º andar, vai até o 20º, volta, traz a mensagem e leva a mensagem pela escada”, conta o porteiro Cícero Oliveira. Foram feitas ligações de água e luz. As famílias querem que o imóvel seja utilizado em algum programa de moradia popular. “Acho muito errado. Enquanto tem muitas pessoas morando na rua, muitas pessoas em situação de rua, há esses prédios fechados e abandonados e muitas pessoas precisando de moradia”, critica Maria José da Silva, coordenadora do Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC). O advogado Edwin Ferreira Brito Filho, representante da Comissão de Direito Urbanístico da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), lembra que, quando o imóvel particular é invadido, o dono tem de pedir a reintegração de posse na Justiça. “Em geral, os oficiais de Justiça, como é medida de urgência, acabam cumprindo rapidamente. Quando ele encontra resistência, ele pode, inclusive, se servir com autorização do Judiciário de força policial para dar cumprimento à reintegração de posse”, explica Edwin Ferreira Brito Filho. Quem tem um imóvel invadido pode até ficar sem ele. Se o invasor morar com a família por cinco anos em um imóvel urbano de até 250 metros quadrados, pode pedir o usucapião, o direito de adquirir o bem pela posse. Mas o usucapião não vale para imóveis públicos invadidos. O que também dificulta a solução para esse problema é que nenhum dos municípios mostrados na reportagem tem um levantamento sobre quantos são esses prédios abandonados. No vídeo, a repórter Natália Ariede mostra mais um condomínio abandonado, que fica na Zona Sul de São Paulo, ao lado do Rodoanel. |
Emidio Campos
Gestor de Segurança
http://segurancadecondominio.blogspot.com
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