Embora a Defesa Civil garanta que os tremores sejam consequência dos trabalhos de remoção dos escombros, sem oferecer risco, os condôminos do nº 22 da Av. Almirante Barroso também contrataram engenheiro. Funcionários têm medo. “A maior preocupação é outro desabamento”, afirmou Miriam Gomes, 32, que trabalha no 20º andar e sentiu as trepidações.
Sócio da empresa Renta Administração, do 3º andar do Capital, Domingos Marinho, 51, teve sala invadida por escombros do Liberdade: “O local dos documentos está revirado e não tive como limpar. Só abri a porta para os bombeiros entrarem”.
A prefeitura vai disponibilizar contêiner com banheiros para parentes de vítimas acompanharem liberação dos objetos achados nos escombros levados a terreno em Caxias.
Nesta quinta-feira, após mais de 4 horas de depoimento na 5ª DP (Mem de Sá), Sérgio Alves, sócio da empresa TO, disse que conjunto de fatores transformou o Liberdade em “bomba-relógio de efeito retardado”. Ele nega responsabilidade pelo desabamento, embora estivesse fazendo obra suspeita de causar tragédia.
Zelador faria aniversário
Na missa de sétimo dia em homenagem às vítimas do desabamento, celebrada nesta quinta-feira pelo arcebispo Dom Orani Tempesta, na Catedral do Rio, a filha única do zelador do Edifício Liberdade lembrou que ele completaria nesta mesma data 73 anos. Cornélio Ribeiro Lopes planejava voltar este ano para sua terra natal, no Ceará.
“Hoje é o aniversário dele. Está sendo muito difícil. Não sei o que vou fazer daqui para frente”, emocionou-se Sandra Maria Ribeiro, 40 anos.
A recepcionista Eunice dos Santos Cabral, 44 anos, era casada há vinte anos com Celso Renato Braga Cabral, 46 anos, funcionário da empresa TO. “Está um vazio, mas o que está me mantendo em pé é o conforto da família, amigos e da Igreja”, disse Eunice, que pretende acompanhar para que os responsáveis sejam punidos.