Sorria, você está sendo filmado! A presença de uma câmera te inibe? Você acaba se contendo, fica meio intimidado? Não é o que acontece com alguns moradores num condomínio do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo.
Imagens flagram um menino que arranca um papel do quadro de avisos e, não satisfeito, ainda aciona o extintor de incêndio sem necessidade; outro jovem risca o elevador. As placas dos números em braile sumiram. O vídeo mostra crianças usando elevador para brincadeiras: uma se segura na barra de apoio, enquanto a outra tenta forçar o amigo a sair, e a porta se fecha algumas vezes. Há flagrante ainda de jovens jogando futebol na parte interna do prédio.
“Isso acontece muito, vandalismo e, às vezes, molecagem mesmo. O pimeiro passo é identificar quem é o vândalo, qual criança está fazendo isso e advertir o pai, multar o pai e mexer no bolso. Pegar o prejuízo e mandar a conta pro apartamento, pro pai pagar”, diz Márcio Rachkorsky, advogado especialista em condomínios. Os prejuízos podem ser altos, como no caso em que o carro ganhou uma estrela no capô.
A partir desta segunda-feira (24), o advogado especialista em condomínios irá responder a perguntas deixadas pelos internautas no box de comentários. Participe e tire suas dúvidas com Márcio Rachkorsky.
Flagrante pelo curcuito interno
Vandalismo ou molecagem? Os dois são muito comuns em condomínios grandes, onde tem muitas crianças e jovens.
Vandalismo ou molecagem? Os dois são muito comuns em condomínios grandes, onde tem muitas crianças e jovens.
Com as câmeras instaladas pela síndica do condomínio do Tatuapé, ficou mais fácil saber quem não está se comportando, mas, e quando não é possível identificar o autor da infração? Foi o caso do furto das mangueiras de incêndio do prédio, levada quatro vezes. Ao todo, já foram gastos R$ 8 mil para a reposição.
“Além do prejuízo no bolso, existe a fragilização completa da segurança porque, se pegar fogo no prédio, não tem equipamento básico, que é a mangueira. Quando as mangueiras são roubadas ou qualquer outra coisa dentro de um condomínio é roubado, a solução é investir em câmeras, fazer um circuito fechado de TV. Aí sim o engraçadinho vai parar de agir”, explica o advogado.
Xixi na escadaE o vandalismo não para nos furtos. Tem morador que faz xixi na escada... “A escada virou o banheiro. Daí tem que parar alguém para limpar a sujeira do fulano. E como a gente nunca sabe quem é, fica por isso mesmo. A gente coloca recadinho no elevador, mas isso não resolve”, conta a síndica, Elisângela Neife.
Sílvia Gorgulho síndica de um condomínio de 10 torres e 4 mil moradores no Jardim Peri, Zona Norte, conta que a câmera flagrou um morador. “Nós temos um cesto entre os elevadores, ele [morador] foi pego de surpresa pela câmera fazendo xixi ali! Só que ele pensou que nós não fossemos descobrir e pela câmera nós pegamos e eu o chamei e conversei. Ele pediu desculpa e pagou uma multinha pra nós de R$ 100.”
Pulso firme
Administrar um condomínio com pulso firme, com advertências e multas, pode resolver muitos problemas, mas, ao que parece, ninguém gosta de receber ordens e seguir regras. Uma sequência de imagens das câmeras de um conglomerado de prédios, na região da Guarapiranga, Zona Sul, mostra os vândalos em ação: um homem arranca o papel do quadro de avisos. Um outro, também. Ele até tenta colocar de volta, mas não consegue e fica por isso mesmo. O pior é um rapaz que arranca e ainda rasga o comunicado.
Administrar um condomínio com pulso firme, com advertências e multas, pode resolver muitos problemas, mas, ao que parece, ninguém gosta de receber ordens e seguir regras. Uma sequência de imagens das câmeras de um conglomerado de prédios, na região da Guarapiranga, Zona Sul, mostra os vândalos em ação: um homem arranca o papel do quadro de avisos. Um outro, também. Ele até tenta colocar de volta, mas não consegue e fica por isso mesmo. O pior é um rapaz que arranca e ainda rasga o comunicado.
Entre os absurdos, há um carro foi riscado de ponta a ponta no estacionamento, à noite. O condomínio até tem seguranças que fazem a ronda, mas ninguém viu nada.
“Não é vandalismo por puro vandalismo. É que a minha esposa é síndica e as pessoas devem vingar de alguma punição que deve ter havido aí com eles. Seria muito mais fácil chegar pra gente e dizer qual a insatisfação deles por que se alguém foi punido, é por que fez algo errado. Na realidade, tão cometendo um outro crime”, reclama David de Carvalho, dono do carro riscado.
Emidio Campos
Gestor de Segurança
http://segurancadecondominio.blogspot.com
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