


O Brasil está acometido de uma síndrome chamada violência.
A doença é grave e se converteu numa epidemia, que se expande sem freios, dia-a-dia. As mortes violentas, as capitais se revezam no pódio.
Os dados ainda são precários num país onde 75% dos roubos não são registrados, 8% dos furtos não são notificados e apenas 14% das vítimas de agressões sexuais procuram as autoridades para registrar queixa.

Muitas pessoas dizem que não denunciam por medo, por não confiar ou não acreditar na polícia. Mas o que se vê - ainda que a ponta de um iceberg de ocorrências policiais - é uma violência crescente em quase todo o território nacional.
Os níveis de violência no Brasil são comparáveis aos de zonas de guerra, à situação em Israel e/ou nos territórios palestinos.

É o que diz o último relatório da Anistia Internacional, espécie de guardiã dos direitos humanos no planeta. De acordo com o relatório, entre janeiro e outubro de 2002, 703 pessoas foram mortas pela polícia em São Paulo.
Os políticos têm explicações diferentes para as causas da criminalidade e soluções inusitadas, muitas vezes sem grande eficácia.
O que todos concordam é que a situação está insuportável, beirando o caos. E na medida em que o aparelho repressor dos grandes centros funciona na contenção, a marginalidade transborda para praças mais desguarnecidas, caminhando para o interior.

Tão grave quanto o crime organizado, que cerca territórios, corrompe e constrói milícias de meninos, é o crime desorganizado do dia-a-dia das grandes cidades.
Nada menos que 95% dos homicídios registrados no País são de natureza interpessoal, em que o agressor conhece a vítima, e cometidos pelo chamado "cidadão comum", armado. Por outro lado, só 8% deles são solucionados. Menos de 50% dos locais desses crimes não são sequer periciados, quando os são, os vestígios e provas são comprometidas pela falta de preservação do local do crime.
Esse clima de violência acaba levando as pessoas a um nível de stress insuportável e elas, armadas, geram mais tragédias.

O fato de Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo chamarem mais a atenção é porque nesses Estados fica mais clara a presença do crime organizado por serem caixas de ressonância para o Brasil e para o Mundo.
Mas nos outros Estados a criminalidade é igualmente intensa, fruto da violência nas relações entre as pessoas.
A obrigação de um combate mais eficaz a esta criminalidade, levanta a necessidade de uma ação conjunta em função do aprimoramento de todos os órgãos da Segurança Pública e seus Agentes em nosso país, com a participação efetiva da Sociedade Civil.
Um comentário:
Prezado Emídio,
muito bom o conteúdo acima apresentado. Estou promovendo um programa de capacitação e gostaria da sua opinião. Entre em www.conlep.blogspot.com
Abração
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